sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Solidão

Ontem em conversa com a minha mãe perguntei a ela se só eu passava por situações inusitadas, afinal, na maioria das vezes que conto meus causos o que pra mim é tão natural soa estranho aos outros. A resposta dela foi ótima: todos passam por situações assim, mas a maioria não tem coragem de contar (sentem vergonha).
Pensando agora sobre isso percebo que para se expor é preciso muito mais que coragem, é preciso desprendimento. Se eu tiver alguma emoção entranhada  numa dessas situações eu dificilmente a exporei aos outros. Ou seja, eu só costumo expor aquilo em que não estou tão apegada. Daí podemos viajar um pouco, ou melhor, bastante.
Meu querido mestre e orientador Miquéias França, em uma de suas incríveis aulas de sistemática, nos apresentou a seguinte afirmação. "Você só é livre quando consegue passear livremente pelo seu passado". A liberdade não está em você andar livremente hoje, ao contrário, está em você poder voltar ao passado sem que ficar preso as lembranças.
Mas eu não me sinto assim tão livre. Então, por que me exponho?
Me exponho em busca de alguém que se identifique comigo. É fato, muitos amigos que hoje me cercam estão assim por um dia terem ouvido alguma de minhas muitas histórias. Certamente perceberam que eu sou assim como eles, tal e qual. Alguns se identificam com meus 'flagrantes da vida real' outros com meus desabafos. Mas, muitos se vão antes que eu saiba qualquer uma de suas histórias. Diferente de mim a maioria tenta se esconder do seu passado.
Falei tudo isso para ter coragem de me expor um pouquinho mais. Hoje sinto falta de ter alguém para conversar. Gostaria de passear livremente nesse meu passado que ainda insiste em doer. Anseio pelo dia em que alguém suprimirá essas lembranças e me libertará do que não tenho conseguido sozinha.
Nomeei essa pessoa de "Boaz". Esse homem libertou Ruth de seu passado de dor. É certo que ela não se esqueceu do que viveu, mas Boaz resgatou seus sonhos, ele foi para ela como a macieira mencionada em Cantares de Salomão. Hoje espero pelo resgatador de meus sonhos, por aquele que será enviado pelo Pai para me fazer passear livremente pelo meu passado.
Agradeço o tempo dedicado a leitura desse meu desabafo de solteirice!!!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

MUDEI E QUERO TE CONTAR COMO

       Minhas palavras por vezes são duras e por isso cheguei a perder amigos. Sem ao menos me dar conta do porquê  disso. Passei então a indagar minha irmã a esse respeito, eu dizia "mas Mia eu não falei nada demais" ou então "mas isso não foi grosseiro" e ela me respondia "Pia é o seu jeito de falar". Eu então ficava extremamente triste por que se eu não conseguia nem perceber o jeito que estava falando com as pessoas, como então eu iria ter a sensibilidade de mudar meu jeito de falar antes de fazê-lo? Parece simples, mas não tem sido pra mim. Tenho pouca concentração e isso me deixa um passo atrás, já que não percebo com facilidade as nunces do ambiente em que estou. O que já me fez passar por cima de momentos de tristeza ou stress de alguns amigos. Como não tenho a intenção de me justificar por essas atitudes, mas de entendê-las é melhor seguirmos em frente.
       Passei a pensar na razão que fazia com que as palavras saíssem tão duras dos meus lábios. Lembrei então daquele versículo da Bíblia que diz: "A boca fala do que está cheio o coração."Lucas 6.45 E entendi que a questão não estava nas palavras ou no modo como eram ditas, mas sim no que estava no meu coração. Relembrando que 'o coração é terra que ninguém pisa' eu também não andava pelo meu já há algum tempo. Coloquei ele numa fôrma vermelha cheia de vasos e sangue e disse você é isso e contente-se em ser assim. Cometi o maior ERRO de minha vida, me ignorei.
       Há alguns dias fui quase que forçada a olhar um espelho, me choquei ao ver o que todos em minha volta viam. Um coração endurecido.Tudo em mim era um reflexo de alguém que se considerava firme demais em suas convicções. Percebi que todos os meus esforços em estabelecer amizades seriam vãos se eu não derretesse meu coração. Não era mais uma questão de não ferir os outros, mas de me CURAR.
Tenho a consciência de que o problema não são as minhas convicções, mas o espaço que destino a elas. Seria como se em minha casa meu banheiro fosse cinco vezes maior que a sala. O banheiro, como um local que é destinado a necessidades básicas, ocupando um espaço consideravelmente maior que a sala, um local onde eu passo a maior parte do meu dia com outras pessoas. O que é óbvio aqui? As pessoas certamente optarão por não se apertar em uma sala minúscula sabendo há um banheiro gigante destinado a minhas convicções. O resultado era uma solidão mortal. Solidão essa que me impedia de visitar meu próprio coração.
       E nada como fortes dores para derreter um coração duro. Foi preciso voltar a feridas antigas e limpá-las. Foi preciso enfrentar medos que antes me paralisavam e seguir apesar deles. Foi preciso voltar a falar. Foi preciso amar e não ser amada, de novo, para entender que a vida é cíclica. Foi até mesmo preciso deixar de cantar, ah meu Deus como isso foi difícil, para entender que o que eu precisava ouvir não era a minha voz afinada com a melodia da música, mas se as minhas palavras estavam afinadas com o meu coração. Acreditem foi preciso transformar amargura em amizade.
       Penso que talvez você esteja se perguntando como eu fiz isso, como eu consegui entender o óbvio e me deixar curar. Particularmente amo a língua hebraica nela DAVAR significa PALAVRA e também ACONTECIMENTO. As palavras que saíam de minha boca já tinham acontecido em meu coração por isso saíam prontas para ferir. Precisei  permitir que o LÓGOS que é PALAVRA em grego, não saísse de minha boca, mas que entrasse em meu coração. O apóstolo João se refere a JESUS como o LÓGOS de DEUS   que vem como ACONTECIMENTO em nossas vidas. Eu conhecia Jesus e falava Dele, mas não havia permitido que ele acontecesse em mim. Hoje tenho buscado ver o efeito das minhas palavras nas pessoas que vivem comigo e percebo que há muito a mudar, mas agora tenho em mim uma PALAVRA que quando ACONTECE promove vida e não morte.
       Agradeço a companhia, esse foi um pequeno relato do que tenho experimentado de novo (ciclicamente falando) nesses últimos dias.
       E desejo a todos que JESUS ACONTEÇA EM SUAS VIDAS!!!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

SALTOS


Não importa quem você seja não importa a posição em que esteja. Se for mulher um dia terá de subir em um salto.
Há certo tempo perdi minha paixão por saltos, na realidade nunca foi uma paixão tão grande assim era mais senso comum que qualquer outra coisa.
Pois bem, passei a ver os saltos como uma imposição machista, afinal os homens se enlouquecem ao verem nossas panturrilhas estiradas por conta de 15 centímetros.


Passei então a usar rasteiras e sapatilhas. Elas são realmente maravilhosas! Dão-nos conforto, versatilidade e andamos mais suaves com elas. E é exatamente o que todas nós queremos suavidade.





No entanto, minha mãe insistia em me presentear com lindas sandálias de salto e completando a trupe minhas tias entraram no clima e me deram sapatos de salto.
Conclui então que as rasteiras e sapatilhas não deixam de ser imposições feministas de que as mulheres podem e devem andar como os homens, com sapatos baixos e sandálias confortáveis.
Pensei! Não quero viver na ponta de uma agulha de 18 centímetros e nem quero estar com meus pés no mesmo nível do chão.


Concluí! Os sapatos são perfeitos. Perfeitos para mim, para minha personalidade, para minha ideologia.
Eles podem ser altos e ainda assim confortáveis! São sensuais sem diminuir o valor de quem os calça.
Os sapatos minhas caras, elevam a feminilidade e ainda deixam nossas panturrilhas durinhas!!!


Mas essa é a minha escolha. O importante mesmo é sentir-se bem com aquilo que você é em cima de um salto ou dentro de um rasteirinha!

terça-feira, 29 de março de 2011

Frustração


Pensei:
- Se o que faço não tem dado resultado.
- Se não sei distinguir razão de sentimento.
- Se estou presa a mediocridade.
- Se a conclusão de hoje me frustra.
Então:
- Por que fazer?
- Por que tentar?
Melhor é:
Como diz meu mentor, tirar zero com certeza do que 9.5 com dúvidas.
Não fazer do que fazer sem perfeição.
Enfim, lembrei também de algo. Sabe quando alguém assovia e todos olham? Pois bem, aquele assovio tem um alvo uma pessoa especifica, no entanto, todos pensam que são essa pessoa. Somente depois de olhar percebem que não são. Hoje olhei e por isso estou frustrada, percebi que não era eu quem estava sendo chamada. Infelizmente demorei para olhar e conferir se era mesmo comigo. Gastei-me pensando que poderia, mas percebo agora que não. Eu não posso!



quarta-feira, 16 de março de 2011

Viver... Texto...

Tive meu sono interrompido por alguns pensamentos. Vou colocar entre aspas porque ainda estou tentando assimilar.
'Entendo uma palavra assimilo o texto.' - é acho que vou ter que desenvolver isso melhor.
Para tal tarefa creio que seja necessário traçar um paralelo entre a vida e o texto (escrito ou não).
Por vezes, ao ler um texto me deparo com sua síntese e a guardo em minha mente como sendo o próprio texto. O texto propriamente dito dificilmente é dado conta por minha mente, então levo dele uma ou mais palavras que servem como chave para dar sentido e acesso ao mesmo.
De igual  modo, não consigo dizer que conheço (de experimentar) todas as coisas pelas quais passei na vida. Sendo redundante, passar não nos torna conhecedores nada, somente o que fica em nós é que se caracteriza por  conhecimento.
Veja só:
- Do discurso de Martin Luther King Jr. no Lincoln Memorial em Washington, D.C. guardamos a célebre frase: I Have a Dream! E toda vez que falamos desse momento da história nossa mente nos traz à tona a frase e não o  discurso todo. Por maior que seja sua importância. Algumas palavras, gravadas em nossa mente, conseguem dar conta do peso de todo um discurso e não somente dele, mas também de toda a luta por traz dele. Não é a palavra em si, mas o valor que minha mente imputa sobre ela lhe concede tal poder.


- Da nossa infância certamente não lembramos tudo, nem todas as sensações pelas quais passamos. Mas a alegria de poder tomar um banho de chuva na rua, jamais será esquecida. Toda nossa infância se sintetiza então, nesse banho de chuva. Que ao ser mencionado nos remete a lembranças de toda uma época. Mais uma vez nossa mente concede poder a um pequeno elemento de simbolizar algo maior, mais profundo.


Cheguei então a essa conclusão, provavelmente inconclusa:
Não precisamos levar o Carpe Diem ao pé da letra, nem a preocupação pelo futuro. É importante deixar que a vida selecione aquilo que a faz ter algum valor.

Viver é Texto, Felicidade é Palavra!


P.S.: Eu disse que estava inconcluso.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011


Os pais tendem por cuidado fechar portas.
Nós por desejo de liberdade, ansiamos ver o mundo além das portas.
Lá fora há coisas Incríveis!!! Instigantes!!!!Que aguçam ainda mais nossa curiosidade.
Vivemos como essa criança decididos a ver o mundo. E decidimos experimentá-lo.
Estamos tão encantados com a possibilidade que ignoramos a voz do 'outro'.
Egocêntricos desejamos nossas próprias experiências, 
ignorando qualquer conhecimento que não seja o nosso.
Assim temos vivido. 
Mas por que não experimentar o mundo lá fora com um 'outro'?
Dessa forma ao invés de 'fechar portas', abra-as e apresente-nos o mundo lá fora!!!





sábado, 19 de fevereiro de 2011

POR QUE MINHA VIDA NÃO É UM CONTO DE FADAS?

BEM, A DISNEY NÃO A LANÇOU COMO UM BELO FILME INFANTIL. 
NÃO TENHO O “ ESTEREÓTIPO FÍSICO” DAS MOCINHAS. 
NÃO SOU CATÓLICA, CONSEQÜENTEMENTE NÃO TENHO MADRINHA. 
NÃO ACREDITO EM FADAS. 
OS ANIMAIS NÃO ME CERCAM QUANDO ANDO POR AÍ. 
TENHO NOJO DOS POMBOS, RATOS E BARATAS TAMBÉM.
NÃO SOU PRINCESA, APESAR DE A MINHA MÃE AFIRMAR FERVOROSAMENTE QUE SIM. 
O MAIS PRÓXIMO DE UM PRÍNCIPE QUE CHEGUEI, FOI EM UM SONHO QUE TIVE DEPOIS DE ASSISTIR CINDERELA. 
JÁ CONHECI MUITOS OGROS, INCLUSIVE JÁ NAMOREI ALGUNS. 
MORO NA AMAZÔNIA LEGAL, MAS ELA TÁ TODA SECA POR CAUSA DAS QUEIMADAS.

EM QUE MINHA VIDA SE PARECE COM UM CONTO DE FADAS

AH!!! AS BRUXAS EXISTEM MESMO!!! E EU CANTO...TÁ...TENTO CANTAR. TENHO UMA FAMÍLIA, CONTO ISSO COMO VANTAGEM, JÁ QUE A RAPUNZEL E A ANASTÁCIA NÃO TINHAM UMA. E COMO UM MESTRE ME DISSE: 'NO FIM TUDO VAI DAR CERTO, SE AINDA NÃO DEU É PORQUE AINDA NÃO É O FIM'!!!

O Porque das Flores de Cerejeira


Nunca soube explicar minha paixão por Sakuras (flores de cerejeira).

Hoje entendo que vivo como elas, desabrochando em determinados momentos e por pouco tempo. 
Deixo tudo de belo que há em mim se revelar. 
Só que assim como as Sakuras, é preciso um Hanami (tempo de olhar as flores), 
para ver e entender quem sou.
Hoje é meu Hanami!!!